domingo, 22 de junho de 2014

Pior que sofrer é não resolver...



- Só brigue com quem vale a pena. Nunca para ter razão.
- Poupe energia, sorria e finja que não entendeu
- Afeto bom é inteiro: sem quinas, nem gambiarras.
- Afeto bom não emperra, não engancha. Apenas flui.
- No trânsito ou você desvia ou se amassa. Na vida é assim também. Desvie.
- Se você descobriu, não cubra de novo como se não tivesse visto.
- Verdades e verduras podem não ser saborosas. Mas fazem bem à saúde.
- Silêncios podem ser grande economia de energia e tensão.
- Deixe ir o que não serve. Descarte.
- Algumas portas só abrem uma vez. Pense rápido.
- Desentulhe tralhas e afetos. Vida é muito mais do que isso.
- Atitudes podem doer. Dói, mas passa. Você já sabe disso. Pior que sofrer é não resolver.

Mônica Raouf

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Relacionamento..



Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro…
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo……
- Cinco anos…que pena…acabou….
- é… não deu certo…

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes voce não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro ?

E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.

Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…
Acho que o beijo é importante… e se o beijo bate…se joga…, se não bate….mais um Martini, por favor…e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar…. ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.

Nada de drama.

Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice versa.
Não fique com alguém por pena.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós.
Morremos sós.

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói.
Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração… Faz parte.
Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse….
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta.

É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar… Ou se apaixonar… Ou se culpar…
Enfim…quem disse que ser adulto é fácil ??

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Relacionamento x Excesso de opção...



Batendo um papo hoje (pelo whatsapp, não pelo telefone, como antigamente), levantei esta questão e me inspirei a escrever!

Como é difícil, nos tempos atuais, manter um relacionamento!!! Sim...porque a cada, sei lá, 100 casais que eu vejo se formar, uns 3 vão adiante...se muito!

Aí eu leio algumas bobagens (desculpem a sinceridade), tais quais: "acabou o amor". Que papo torto, o amor não acabou! Ele ficou banalizado, talvez. Não vou citar nomes, mas vejo menina que namora, mas no "inbox" fica dando mole pra amigo meu...e depois de dizer coisas do tipo "vamos marcar um chopp, mas precisa ser na terça", lá está ela postando foto com o namorado com dizeres do tipo "amor pra toda vida". Sim...é isso aí! Não tô sendo machista, o contrário também ocorre, só usei exemplo que vivenciei.

Uma das causas disso é o "descrédito" no sentimento do próximo. A pessoa está lá, namorando, "feliz", mas fica antenada nas "possibilidades", não se entrega por completo!
É tipo: "te amo mas se vc der um mole já tenho uma fila de espera atrás de você". As pessoas buscam as soluções mais práticas, não se faz mais casal como antigamente, aonde quando algo dava errado, lutava-se pra superar. Não é só com o amor, é com tudo. Quem aqui leva microondas pra consertar??? Quebrou, compra outro! Tá tudo errado!!!

Dentre tantas vertentes, tantas possíveis causas, na minha visão, está o "Excesso de Opção"...
É, amigos, aqui que o bicho pega...

Há muito tempo atrás conheci uma menina...meu coração disparou, eu era um adolescente...foi arrebatador...foram 9 anos de namoro, de devoção...admiração...amor...
Lembro que o telefone dela tinha 7 digitos...faz tempo...rs...nem sonhava com celular!
Éramos "crianças"...mas durou NOVE anos...mas SÓ FOI POSSÍVEL porque não tinha orkut, facebook, twitter, celular, sms, whatsapp, email, par perfeito, badoo, eharmony, instagram, wechat, msn, bate papo da uol, tinder e nenhuma destas porras!!! rsrsrs

A EVOLUÇÃO necessária e, que amamos, trouxe a INVOLUÇÃO das relações interpessoais...ou das intrapessoais? Aposto na segunda opção...porque as pessoas parecem mesmo é não saber se comunicar consigo...não sabem o que de fato querem!

Hoje em dia, as coisas mudam numa velocidade tão escrota, que fica difícil acompanhar!
Antigamente você tinha o telefone fixo e o endereço da pessoa. "Quer falar comigo, me manda uma carta!".

Pensa comigo:

O casal se conhece, se curte, se conquista, se apaixona, se ama...vive bem, caminhando e construindo uma história a dois. Todos, TODOS, querem isso! Ou quiseram um dia! Ou vão querer! Mas as pessoas trabalham fora, malham, praticam atividades físicas, fazem cursos, pós, etc...conhecem cada vez mais pessoas. Isso faz com que elas tenham muitos contatos! E isso é genial!!! E com a evolução, veio a "individualidade" e suas "contradições". Raros são os casais em que um pega o celular do outro. Raros são os casais em que um sabe a senha do facebook ou do email do outro. Raros, inclusive, os casados que têm conta corrente conjunta...
Mas isso é normal hoje! Mais raro ainda os casais aonde um foca de verdade no outro. As mulheres se igualaram, traem da mesma forma...ou mais...sei lá, parece um lance de "tirar o atraso da história evolutiva da sociedade", como se "todo homem fosse igual"...mas e aí eu pergunto: as mulheres são diferentes?
Hoje todos são iguais...

Todos querem amar...tipo, a grande maioria das mulheres e, arrisco dizer, também dos homens, quer, em uma certa idade, casar, ter filhos, criar sua própria família com êxito.
Dar continuidade. Mas é igual querer ganhar na mega-sena. Todos querem...mas todos jogam??? Existe uma diferença enorme entre querer e "querer". Sempre queremos aquilo que parece mais correto. Mas fazemos por onde? Quantas pessoas você conhece que nunca foram infiéis??? Desculpem, amigos, mão no fogo só coloco por um ou dois...e pior, ambos são homens!
rsrsrs

Não critico a mulherada, eu acho que tem que ser isso mesmo, elas são iguais, na verdade, superiores. Amadurecem antes, são mais objetivas e melhor: não vivemos sem elas!

Sabe o que é legal nisso tudo? Aquela FDP que "roubou" seu namorado, minha querida, também já foi corna...ou irá ser! Então a culpa é nossa mesmo, porra!
Meu camarada, se tu fica lá, assediando a mulher do cara, só à espreita da primeira fragilidade do casal, você contribui pra ele ser sacaneado, mas um dia alguém vai fazer isso com você também!
Círculo vicioso, seria o termo!

O instituto da "família" está falido??? Salvam-se raras exceções??? O mundo tá perdido???

Porra nenhuma! Eu acredito SIM que no meio de tanta sujeira, de tanta escrotidão, ainda existam pessoas com sentimentos nobres. E mais, não sei se é otimismo ou excesso de fé, mas me incluo entre os que têm/terão uma pessoa assim. E se eu posso, você também deveria poder...

Então, não chore por pessoas que não te querem...não almeje pessoas que não irão te querer...olhe ao seu redor...abaixe um pouco a guarda...pense no que é de fato primordial pra você...pense aonde você desejaria estar daqui a 6 meses, daqui a 1 ano...daqui a 3 anos...descubra se o caminho que você está trilhando te leva nesta direção...se a resposta for "não", tome as rédeas da sua vida, deixa de ser inerte e vá em busca do seu sonho!

E mais, não banalize as palavras...nem os sentimentos...só "ame" quem vc de fato amar...só planeje, com quem de fato vc quer ficar...só se dedique, a quem vc de fato quer conquistar!

Rodrigo Castanheira

terça-feira, 13 de maio de 2014

Cadê o beijo na boca?


                               

Entre as várias coisas que acontecem depois que a gente se casa, há uma, chatíssima, que eu nunca vi discutida: os beijos na boca terminam. É isso mesmo. Você viu seus amigos casados se agarrando como faziam antigamente? Quando foi a última vez que você e seu ilustre marido trocaram um beijo de língua sensual e demorado? Se foi no mês passado, está tudo bem. Se você nem consegue se lembrar, não se assuste. Parece ser assim com todo mundo. A escritora americana Nora Ephron, que viveu até os 71 anos e teve três casamentos, disse que acontece com todos os casais.

Eu me pergunto por que é assim. O sexo depois do casamento se torna menos frequente, mas a qualidade da transa aumenta muito. Com a intimidade, as pessoas ficam mais à vontade, perdem a vergonha e começam a fazer e dizer o que gostam. Tudo se torna mais intenso e mais profundo. Melhora, enfim.

Com o beijo, não. Eles são longos e molhados no início, e repetem-se o tempo todo. Funcionam, no frescor da paixão, como a forma mais intensa e direta de preparação ao sexo. Depois somem. Reaparecem mornos de ternura no dia de aniversário ou cegos de desejo quase no clímax do sexo. E é só. Aquele beijo apaixonado e comovido que se trocava no meio da rua desaparece como os pares de meia, em algum lugar secreto do guarda-roupa do casal.

Nem precisa dizer como os beijos fazem falta, né? É provável que não exista nada tão íntimo. Sei que a garotada anda fazendo um esforço heróico para banalizar essa manifestação de intimidade humana, mas eles não conseguirão. Beijar 10 ou 20 na mesma noite equivale a não beijar ninguém. A mistura de todas as bocas não soma, emocionalmente, uma única boca bem beijada. Para usufruir um beijo plenamente é preciso desejá-lo com antecedência, é preciso querer a pessoa que está em volta daquela boca. Há uma parte física e uma parte emocional nas línguas que se tocam. A física é óbvia, mas é a emocional que dirige o processo e faz disparar o coração, assim como os outros sistemas físicos de preparação. Quando você beija alguém que deseja, alguém que já está na sua imaginação, o beijo equivale a abrir uma porta para dentro da pessoa, e de você mesmo. Pode-se ficar três horas ou três semanas pensando naquele momento. Um beijo anônimo não leva a lugar nenhum, porque a porta que ele abre não tem endereço.

Beijos fazem tanta falta durante o casamento que a primeira coisa que as pessoas fazem depois de se separar é beijar na boca, ardentemente. Sexo elas tinham, mesmo num casamento arruinado. Mas beijo na boca, não. Esse tem de ser resgatado, reconquistado, celebrado com champagne. Quem passou muito tempo sem beijo na boca sabe como é gostoso voltar a encostar um corpo na parede e beijar com pressa e sem limite. Se você estiver encantado pela pessoa, não há nada melhor. Mesmo o sexo que vem depois talvez não equivalha, emocionalmente, a esse momento de conquista e de aceitação. O beijo, mais até que a penetração, oferece a forma mais direta de expressar ternura. Eu abro a minha boca e me ofereço sem barreiras, eu aceito você dentro de mim, com afeto e com luxúria. Não é à toa que as prostitutas não beijam na boca. Há coisas que o dinheiro não compra.

Eu tenho poucas dúvidas de que os beijos estão por trás da maior parte dos casos de infidelidade. Depois de um tempo de estabilidade, quando os beijos já sumiram da relação, tudo com que o sujeito ou a mulher sonham, às vezes literalmente, é estar nos braços de alguém que se deseja, beijando de forma sôfrega e apaixonada. O sexo nas relações clandestinas muitas vezes não passa de um cenário elaborado em que a peça de satisfação essencial é o beijo longo e molhado que se dá no amante, aquele que deixa os joelhos moles e faz o corpo estremecer.

Não sei se existe remédio para a falta de beijos nas relações duradouras. Talvez seja um exagero de romantismo pedir que eles persistam. Pode ser que gente que dorme junta, discute sobre o lixo da cozinha e racha o seguro de saúde perca a vontade de fazer certas coisas. Haveria uma troca: eu ofereço a minha presença, minha ajuda e a minha lealdade, mas não terei mais vontade de beijar você. Parece justo?

De uma coisa, porém, eu estou seguro – as pessoas não deveriam abrir mão dos beijos e nem permitir que a falta deles empobreça seu casamento de uma forma irremediável. Quando o casal perceber que os beijos sumiram, talvez seja hora de inventar alguma coisa capaz de recuperá-los. Sexo morno é fácil de esquentar. De vídeos pornôs a casas de suingue, há uma indústria especializada em oferecer novas formas de desejo aos casais que estão se repetindo. O beijo talvez seja diferente. Ele contém uma dose elevada de romantismo e se nutre de um erotismo mais sutil. Para beijar seu par como antes, talvez seja preciso olhar para ela ou para ela de uma forma nova, como se vocês tivessem acabado de se conhecer. Isso é possível? Talvez criando situações novas, em cenários novos, com gente nova ao redor. Vale a pena o esforço? Eu acho que vale. Muitos casamentos bacanas acabam porque as pessoas passam tempo demais discutindo e tempo de menos se beijando. Qualquer coisa que ajude a inverter essa situação deve ser bem-vinda.

Ivan Martins


sábado, 26 de abril de 2014

Meus queridos erros...



                     


Uma das coisas peculiares da vida real é que nela é difícil separar os acertos dos erros, mesmo com a distância do tempo. Nos filmes, nos livros, ou em qualquer outra forma de narrativa ficcional, a gente sabe quando os personagens estão a ponto de cometer uma grande burrada. Os eventos se alinham de tal forma que se nota que aquele momento - ou aquela pessoa – é decisivo para o futuro da história. A vida não é assim.

Na vida, a gente nem sabe se está numa comédia ou numa tragédia. Os grandes eventos passam disfarçados de coisas banais e as pessoas de grande importância entram em cena sem que a música tema as anuncie. Nós fazemos escolhas decisivas, de forma instantânea, sem ter a menor ideia de como a historia vai acabar. Ou pelo menos em que direção deveria se encaminhar. Assim, de olhos bem fechados, cometemos erros enormes, que com o correr do tempo se revelam acertos essenciais. Podendo também ocorrer o contrário.

O certo é que não sabemos o que estamos escolhendo. É certeza, também, que não há certo ou errado absoluto. Existe apenas a vida em movimento. Ela nos carrega na direção indicada por nossas escolhas como barquinhos de papel na corredeira. Nessa viagem, em que o poder de controle é tão pequeno, mais importante que o destino talvez seja a aventura.

Hoje em dia, lembro com carinho até de pessoas que me fizeram sofrer. Talvez seja assim com todo mundo. No momento da ruptura ou do abando, quando o mundo parece desabar ao nosso redor, as escolhas que nos levaram àquela pessoa parecem desafortunadas. Melhor seria jamais ter conhecido. Melhor seria nem estar vivo eu dizia. Bobagem. Algum tempo depois, sem que a gente perceba, o sentimento vai virando outra coisa. A percepção sobre aquele momento e sobre aquela pessoa vai se transformando. Os traumas ficam, mas a ventura e a desventura daquele afeto se incorporam à vida como elemento essencial. O julgamento perde o sentido. Aquilo foi um acerto ou foi um erro? Aquilo foi bom ou foi mau? Não interessa. Apenas foi, e isso é o mais importante.

Quando a gente dá um passo, ou toma uma decisão, abrem-se diante de nós um leque de novas possibilidades. Esse é um fato essencial da vida, embora fartamente ignorado. Nós somos condicionados a pensar no futuro como extensão passiva do presente, como um mero prolongamento do momento atual, mas o futuro é qualquer coisa menos isso. Cada gesto, cada forma de ação, cria o seu próprio futuro – e nele vamos nós, com nosso valoroso barquinho de papel em meio à corredeira.

Ao nos envolvermos com alguém diferente de nós, morremos de medo. Aquilo nos parece inadequado. Uma pessoa tão jovem, tão impulsiva, tão popular. Um erro, certamente. Mas não. Com essa pessoa desconhecida construímos uma densa intimidade. Com ela descobrimos novos hábitos, novas maneiras de olhar o mundo, formas diferentes de ser feliz. Rimos, dançamos, erguemos memórias. Mesmo que o romance não dure, mesmo que o final nos entristeça, (foi um erro terrível, dizemos a nós mesmos), sua consequências permanecem, todas boas. Nas ideias, nas roupas, nos amigos, até na imagem que fazemos de nós mesmos. Então onde estava o erro? Não havia erro. Houve apenas um momento lindo, que acabou.

Eu poderia escrever sobre assunto para sempre. Acho que ele define um dos aspectos essenciais da vida. Mas vocês não merecem tanta chatice. O essencial, eu acho, é perceber que os nossos relacionamentos não se dividem entre certos e errados. Ou entre erros e acertos. A vida é mais complicada e mais simples do que isso. Nela, as coisas se misturam e se transformam. O resultado final não define a importância da partida. Mais vale a experiência. Mais vale ter vivido do quer ter estado certo à margem da vida. Pelo menos é o que eu acho.

Ivan Martins

sexta-feira, 14 de março de 2014

Concluindo etapas, encerrando ciclos...

                                  

É importante, sempre, saber quando termina uma etapa da vida. Se você insiste em permanecer nela, além do tempo necessário, perderá a alegria e o sentido de tudo o mais. Encerrando ciclos, fechando portas, ou encerrando capítulos, como queira chamar, o importante é poder encerrá-los, deixando ir momentos da vida que se concluíram.

Terminou o seu trabalho? Acabou a sua relação com o parceiro? Você já não vive mais numa determinada casa? Deve fazer uma viagem? A amizade com alguém terminou? Roubaram você em sua casa? Morreu um ente querido? Quebrou ou estragou um objeto de estimação? Você descobriu que o mentor espiritual que seguia era uma fraude? Você pode passar muito tempo do seu presente remoendo os porquês, tentando devolver a cassetada que levou ou mesmo procurando entender porque aconteceu tal fato em sua vida. O desgaste vai ser infinito, pois na vida, você, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos temos de ir encerrando capítulos, virando a página, concluindo etapas ou momentos da vida e seguir adiante.

Não podemos estar no presente com saudades do passado. Nem sequer perguntando-nos por quê? O que passou, passou, e temos que soltar, desprender, não ficar preso ao que passou. Não podemos ser crianças eternas, nem adolescentes tardios, nem empregados de empresas que já não existem mais ou que não vão te dar mais conhecimento. Os fatos passam e temos que deixa-los ir! As mudanças externas podem simbolizar processos interiores de superação. Deixar ir, soltar, desprender-se. Na vida ninguém joga com cartas marcadas temos que aprender a perder e a ganhar. Temos que deixar ir, virar a página, viver só o presente. O passado já passou. Não espere que lhe evolvam o passado, não espere reconhecimentos, não espere que em algum momento se dêem conta de quem é você. Apesar do tempo não ser linear, a vida está para a frente, nunca para trás. O que passou deve servir apenas para que continue a viver com mais sabedoria.

Se você anda pela vida deixando portas abertas, nunca poderá desprender-se nem viver o hoje com satisfação. Necessidade de esclarecimentos, palavras que não te disseram, silêncios que o invadiram: se puder enfrentá-los já e agora, faça-o! Se não, deixe-os ir, encerre os capítulos. Diga a você mesmo que não, que não deve voltar. Mas não por orgulho, nem por soberba, mas porque você já não se encaixa aí, nesse lugar, nesse coração, nessa habitação, nessa morada, nesse escritório ou nesta profissão. Na vida nada se mantém quieto, nada é estático. É saudável mentalmente ter amor por você mesmo, desprender-se do que já não está em sua vida. Recorde que nada nem ninguém é indispensável. Nem uma pessoa, nem um lugar, nem um trabalho, nada é vital para viver, porque: Quando você veio a este mundo, chegou sem qualquer adesivo ou etiqueta. Portanto, é apenas costume viver apegado a um adesivo ou etiqueta. E é um trabalho pessoal aprender a viver livre, sem o adesivo ou etiqueta humano ou físico que hoje lhe dói deixar ir. Mas encerre, feche, limpe, jogue fora, oxigene, desprenda-se, sacuda, solte.

Existem muitas palavras que significam saúde mental e qualquer que seja a que você escolha lhe ajudará definitivamente a seguir adiante com tranqüilidade.

Douglas Duran

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Para que serve uma relação?


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   Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

   Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

   Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo. 

   Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.  

   Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem corpo um do outro quando o cobertor cair.
   
   Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

Drauzio Varella