domingo, 29 de maio de 2011

Carta aos Mortos...

Affonso Romano de Sant'Anna

Amigos, nada mudou em essência.
Os salários mal dão para os gastos,
as guerras não terminaram
e há vírus novos e terríveis,
embora o avanço da medicina.
Volta e meia um vizinho
tomba morto por questão de amor.
Há filmes interessantes, é verdade,
e como sempre, mulheres portentosas
nos seduzem com suas bocas e pernas,
mas em matéria de amor
não inventamos nenhuma posição nova.
Alguns cosmonautas ficam no espaço
seis meses ou mais, testando a engrenagem
e a solidão.
Em cada olimpíada há récordes previstos
e nos países, avanços e recuos sociais.
Mas nenhum pássaro mudou seu canto
com a modernidade.


Reencenamos as mesmas tragédias gregas,
relemos o Quixote, e a primavera
chega pontualmente cada ano.


Alguns hábitos, rios e florestas
se perderam.
Ninguém mais coloca cadeiras na calçada
ou toma a fresca da tarde,
mas temos máquinas velocíssimas
que nos dispensam de pensar.


Sobre o desaparecimento dos dinossauros
e a formação das galáxias
não avançamos nada.
Roupas vão e voltam com as modas.
Governos fortes caem, outros se levantam,
países se dividem
e as formigas e abelhas continuam
fiéis ao seu trabalho.

Nada mudou em essência.


Cantamos parabéns nas festas,
discutimos futebol na esquina
morremos em estúpidos desastres
e volta e meia
um de nós olha o céu quando estrelado
com o mesmo pasmo das cavernas.
E cada geração , insolente,
continua a achar
que vive no ápice da história.



sábado, 28 de maio de 2011

Felicidade...


Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.
Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

Por: Marcelo Jeneci e Guiu.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Aquele amor...


Ela pertence à espécie de mulheres que possuem um só amor em toda a sua vida. Ou amam de verdade apenas uma vez. Seria espécie de mulheres ou a maioria assim o é, mesmo sem o saber?
Também há homens de eterno amor, embora o machismo e as deformações de sua cultura e comportamento nem sempre os convença de tal. Ou não convença a maioria. Ou será que o fato de serem colocadores de semente por determinismo biológico os leva a não prestar a devida atenção à sua destinação para o amor?
No meio da conversa ela diz, de repente, que só gostou de verdade de um homem e eis que vai buscar lá entre papéis amassados, daqueles que esturricam o couro das carteiras, não um mas três retratos dele, que espalha, qual cartas de baralho, sobre a mesa do restaurante. E fala dele com a mistura de ternura e tristeza que assaltam as mulheres que não lograram viver com o seu amor, casar-se com ele, ter seus filhos, viver em função dele e dela, unidos, pois esta é a verdadeira vontade e destinação da mulher: viver ao lado do verdadeiro amor.
Sim, elas vivem de modo proibido se necessário, casam-se com outro, têm filhos, os amam fundamente, mas a verdade de seu ser é a do amor verdadeiro, até porque mulher vive para amar e por amor, o resto se ajeita. Podem até deixar seu amor dormitar por anos e parecer serenado. Volta, porém a qualquer apelo ou menção do nome dele, encontro fortuito na rua com um conhecido dos tempos do namoro ou da relação.
Como são comoventes e lindas na sua integralidade bíblica as mulheres quando expressam para os demais ou para si mesmas, o amor de suas vidas ou quando consultam, escondido, os retratos guardados, recortes, flores secas, a memória úmida das restantes lembranças em momentos de silêncio e solidão!
Abençoados sejam, porque são, os homens e as mulheres que na passagem por esta vida receberam um dia de alguém, ou deram, um amor único, original e definitivo. Abençoados sejam e para todo o sempre. Como o amor que existe apesar de todas as ternas e dolorosas circunstâncias que não impedem a sua verdade mas em muitos casos esmagam a sua plena realização.

Artur da Távola

    Coisas que a vida ensina depois dos 40



     
    Amor não se implora, não se pede, não se espera. Amor se vive ou não.
    Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel à você.
    Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
    Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
    As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
    Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
    Deus inventou o choro para o homem não explodir.
    Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
    Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
    A criatividade caminha junto com a falta de grana.
    Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
    Amigos de verdade nunca te abandonam.
    O carinho é a melhor arma contra o ódio.
    As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
    A música é a sobremesa da vida.
    Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
    Filhos são presentes raros.
    De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações.
    Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
    O amor… Ah, o amor.. O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças.
    Não há vida decente sem amor!
    E é certo, quem ama, é muito amado. E vive a vida mais alegremente.

    Artur da Távola

    terça-feira, 24 de maio de 2011

    Depressão: O Mal do Século...


    Na nossa cultura é muito comum os homens negarem que estão deprimidos. Muitos dizem que estão cansados ao invés de admitirem e dizerem: Estou triste!!!
    Ficam agressivos ao invés de demonstrarem tristeza. Há um preconceito ainda muito grande dos homens demonstrarem tristeza, pois em sua maioria não se permitem chorar, principalmente em público. Existem 5 emoções básicas, autênticas, legítimas, inerentes ao ser humano; portanto, nascemos com elas: medo, tristeza, alegria, raiva e afeto.

    Toda nossa educação emocional foi baseada no binômio: Permissão e Proibição. Ao homem foi permitido sentir e demonstrar alegria, raiva, mas recebeu a proibição para demonstrar medo, tristeza e afeto. Muitos homens quando sentem medo ficam agressivos e não admitem que estão com medo. Na verdade, a agressividade é uma forma de mascarar, disfarçar a sua insegurança e seus medos. Por outro lado, à mulher foi permitido, isto é, foi educada a sentir e expressar medo, tristeza, afeto, raiva e alegria – embora, há tempos atrás - ela não pudesse expressar livremente a raiva e a alegria. Ela tinha que ser recatada, bem comportada, feminina, meiga e não podia, portanto, ser agressiva e nem tampouco dar altas gargalhadas em público. Mulher que agisse dessa forma, era mal vista.
    Por conta desse processo educacional opressivo, em muitas casos, a depressão pode estar mascarada nas crianças sob forma de irritabilidade e agressividade.

    Nos adolescentes, a depressão pode se manifestar sob forma de uso de drogas, álcool ou até mesmo como delinqüência. Em muitas famílias, não há permissão para o adolescente expressar alegria e afeto. Os pais não costumam dar boas gargalhadas e demonstrar ternura. Há uma verdadeira economia de afeto e alegria nessas famílias. Por outro lado, há permissão para ofensas, agressividade, criticismo acentuado e pouco espaço para diálogo, compreensão, momentos de intimidade, apoio, incentivo e elogios sinceros.

    Na fase adulta, a depressão pode ser mascarada sob forma de excessos alcoólicos, drogas, comida, sexo, jogos, vício em trabalho (workaholics), ou em forma de máscara sorridente e aparente felicidade. Tratei de um paciente que sofria de depressão mascarada cujo apelido em seu trabalho era garoto propaganda, porque vivia sorrindo. Nunca demonstrava tristeza ou mesmo raiva. (vide Caso Clínico que segue: Depressão Mascarada). Há pessoas que, após uma separação, não se permitem entrar em contato com a perda, com a tristeza.

    É natural, com a separação, sentirmos tristeza. No entanto, essas pessoas reprimem fortemente essa tristeza, trabalhando feito um louco. Se tornam um viciado em trabalho. O trabalho passa a ser uma fuga, uma forma de não entrar em contato com a perda.

    Mas quando param de trabalhar, entram numa profunda depressão. Aqui explica, em muitos casos, o porquê dessas pessoas adiarem em procurar auxílio de um Psicoterapeuta. Afinal, passar por um processo terapêutico implica em entrar em contato com os seus verdadeiros sentimentos.
    Do ponto de vista orgânico, a depressão pode estar mascarada em forma de sintomas psicossomáticos, tais como dores de cabeça constantes, fadiga, dores lombares, náuseas, vômitos, úlcera, colite e alergias diversas. Às vezes, as dores andam de um lado para outro no corpo. Muitos suicídios ou tentativas de suicídio inesperados e aparentemente inexplicáveis, são devidas às depressões mascaradas.

    Uma pessoa pode ter uma dor de cabeça por anos a fio e certo dia tentar um suicídio.
    Em muitos casos, essas pessoas podem ser consideradas hipocondríacas, passando por vários médicos, fazendo exames e não encontrando nada.

    Na verdade, todo depressivo é um decepcionado. A vida está lhe devendo. Daí a sua insatisfação. A pessoa depressiva sempre vê o que não têm e não se permite olhar para o que já tem, para suas conquistas. É uma pessoa emburrada, se fecha porque guarda e carrega dentro de si muitos lixos emocionais (mágoas, decepções, ressentimentos, desilusões), os bagaços de seu passado. Muitas mulheres me perguntam o porquê sua vida amorosa está péssima. Respondo que elas carregam uma quantidade enorme de mágoas, desilusões do passado que bloqueiam e impedem de atrair parceiros e situações favoráveis. Por conta disso, só atraem homens violentos, complicados, problemáticos, casados, com problemas financeiros, que não querem saber de nada, etc.

    Portanto, é preciso “desatar os nós energéticos” (lixos emocionais) de seu passado, seja desta ou de outras vidas, que estão impedindo que sua vida afetiva flua de forma mais livre. Muitos pacientes depressivos me perguntam também: “Por que sofro tanto”? Eu digo: Você sofre porque está na ilusão, dormindo na ilusão e não quer acordar. Na verdade, o sofrimento tem uma função. É um sinal, um indicador do quanto você resiste em querer mudar. E se você está na teimosia, resiste, quer continuar assim, colherá a desilusão cedo ou tarde. Teimosia é continuar com o que não funciona em sua vida. A dor, é portanto, um sinal de que o que você está fazendo consigo não está sendo legal. E todos nós somos responsáveis pelo nosso próprio bem estar. Para isso, é preciso sair da ilusão de culpar as pessoas, a vida e o destino e reassumir a capacidade de dirigir sua própria vida.

    Na verdade, o problema está na cabeça e não na situação. É a forma como cada um percebe os fatos. Observe as pessoas felizes. Elas são felizes porque valorizam os aspectos positivos dos acontecimentos e não dão muita importância aos fatos desagradáveis da vida.


    Osvaldo Shimoda

    domingo, 22 de maio de 2011

    Ser ou não ser de ninguém? Eis a questão da geração tribalista...



    Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo para reclamar de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
    Beijar na boca é bom? Claro que é! Manter-se sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
    Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de cultivar a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu - afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?
    A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
    Já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi transmitida nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo) vendem (na maioria das vezes) a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.
    Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
    Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.


    por Mônica Montone

    quarta-feira, 18 de maio de 2011

    A pessoa certa


    Pensando bem
    Em tudo o que a gente vê, e vivencia
    E ouve e pensa
    Nao existe uma pessoa certa pra gente
    Existe uma pessoa
    Que se voce for parar pra pensar
    É, na verdade, a pessoa errada.
    Porque a pessoa certa
    Faz tudo certinho
    Chega na hora certa,
    Fala as coisas certas,
    Faz as coisas certas,
    Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
    Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
    A pessoa errada te faz perder a cabeça
    Fazer loucuras
    Perder a hora
    Morrer de amor
    A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
    Que é pra na hora que vocês se encontrarem
    A entrega ser muito mais verdadeira
    A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
    Essa pessoa vai te fazer chorar
    Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
    Essa pessoa vai tirar seu sono.
    Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
    Essa pessoa talvez te magoe
    E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
    Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
    Mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
    Vai estar o tempo todo pensando em você.
    A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo.
    Porque a vida não é certa.
    Nada aqui é certo.
    O que é certo mesmo, é que temos que viver
    Cada momento
    Cada segundo
    Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
    querendo,conseguindo
    E só assim
    É possível chegar aquele momento do dia
    Em que a gente diz: “Gracas a Deus deu tudo certo”.
    Quando na verdade
    Tudo o que ele quer
    É que a gente encontre a pessoa errada
    Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente…

    (Luis Fernando Verí­ssimo)

    sábado, 14 de maio de 2011

    Amores que marcam...


    Dia desses conversava com um amigo e ele falou que tinha saudade de uma ex-namorada. Ele falou na saudade que tinha dela e ao mesmo tempo no medo que tinha de reencontrá-la. Pude ver em seus olhos um brilho e um sorriso especial ao lembrar dos momentos juntos.
    Atualmente ela está casada e ele também, mas senti que ainda existe uma atração forte entre os dois. Fiquei pensando, porque não ficaram juntos uma vez que se gostavam tanto e concluí que a razão falou mais forte, por isso, a separação.
    Ela cansou de esperar que ele tomasse uma atitude e assumisse a relação. Ele aceitou o rompimento quando ela pediu uma decisão, porque nunca pensou que a relação terminaria de verdade. Esse é o tipo de saudade que se leva pelo resto da vida. Pessoas que marcam e deixam saudade, pessoas que sentem uma atração enorme, mas se separam.
    É aquela química perfeita que em alguns momentos mete medo.
    É aquele beijo com gosto de quero mais. É aquela despedida não querendo ir. É deixar para lá. É acreditar que um dia, quem sabe, um dos dois vai abrir seu coração e expor seus sentimentos. É não querer um fim, mas por desconhecer os sentimentos do outro acabar com tudo para ver no que vai dar.
    Isso significa que existem muitas pessoas que optam por enganar a si mesmas. Uma vez que existe um sentimento forte que nos dá prazer e ao mesmo tempo sente-se que aquela é a companhia perfeita e quando estão juntos o tempo passa sem perceber, é porque existe um sentimento muito forte que não deve ser desprezado.
    Talvez não tivessem percebido, mas o amor é isso e só encara quem tem coragem de assumir, de jogar tudo para o alto, jogar a razão para o lado e viver a emoção.
    Talvez por medo ou mesmo pro insegurança casais se afastam e depois sentem um enorme vazio que é preenchido pelas lembranças daquele relacionamento que acabou. Uma saudade que dura à vida inteira e quanto mais o tempo passa ficará sempre a dúvida de que poderia ter sido feliz com aquela pessoa.
    É arriscado pensar que a outra pessoa ficará esperando a vida inteira, pois a solidão e a ansiedade de esquecer poderão ser supridas por outro alguém. Talvez não seja com a mesma intensidade, mas como uma tábua de salvação.
    Isso acontece porque a relação não se esgotou, não teve um ponto final e sim uma vírgula ou reticências.
    Por isso, quando sentir que alguém lhe faz suspirar e a lembrança dela dá aquela saudade, fique atento, pois a felicidade pode estar bem a sua frente. O amor verdadeiro pode ter chegado e você está deixando escapar, simplesmente por medo de arriscar. Quanto mais o tempo passar, mais difícil será resgatar esse amor, até mesmo porque cada um dará um rumo à sua vida e com isso você correrá o risco de perder o seu grande amor.
    Portanto, quando sentir que alguém faz a diferença em sua vida, não deixe que ela se distancie de você. Traga para junto de seu coração e procure viver com intensidade cada momento. Arrisque e não tenha medo de viver esse amor. Enlouqueça, perca a cabeça, vibre como criança, pois o amor não é e nem deve ser racional.
    O amor é a eterna busca do ser humano. Abra os braços para este sentimento tão nobre e garanto que não irá se arrepender. O que lhe espera são muito mais que momentos mágicos.
    Declare seu amor sem medo e não perca a chance de ser feliz, pois seu coração cobrará isso à vida inteira.

    Autor desconhecido

    sexta-feira, 13 de maio de 2011

    AÍ TEM!!!

    As coisas são como são. Se alguém diz que está calmo, é porque está calmo. Se alguém diz que te ama, é porque te ama. Se alguém diz que não vai poder sair à noite porque precisa estudar, está explicado. Mas a gente não escuta só as palavras:
    A GENTE OUVE TAMBÉM OS SINAIS.
    Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava frio como um iglu. Você falava, falava, e ele quieto, monossilábico. Até que você o coloca contra a parede: "O que é que está havendo?". "Nada, tô na minha, só isso." Só isso???? Aí tem.
    Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava exaltado demais. Não parava de tagarelar. Um entusiasmo fora do comum. Você pergunta à queima-roupa: "Que alegria é essa?" "Ué, tô feliz, só isso". Só isso????? Aí tem.
    Os tais sinais. Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem. Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra. Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele. Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais. Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.
    Às vezes não tem. O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?
    É uma generalização, mas as mulheres costumam ser mais inseguras que os homens no quesito relacionamento. Qualquer mudança de rota nos deixa em estado de alerta, qualquer outra mulher que cruze o caminho dele pode ser uma concorrente, qualquer rispidez não justificada pode ser um cartão amarelo. O que ele diz importa menos do que sua conduta. Pobres homens. Se não estão babando por nós, se tiram o dia para meditar ou para assistir um jogo de vôlei na tevê sem avisar com duas semanas de antecedência, danou-se: aí tem.

    Martha Medeiros

    Cirurgia de lipoaspiração?


    Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo as e muito mais piração?
    Uma coisa é saúde outra é obsessão.
    O mundo pirou, enlouqueceu..
    Hoje, Deus é a auto imagem.
    Religião, é dieta.
    Fé, só na estética.
    Ritual é malhação.
    Amor é cafona, sinceridade é careta,
    pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
    Gordura é pecado mortal.
    Ruga é contravenção.
    Roubar pode, envelhecer, não.
    Estria é caso de polícia.
    Celulite é falta de educação.
    Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
    A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
    A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
    Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.
    Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
    Não importa o outro, o coletivo.
    Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política.
    Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
    Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...
    Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural.?
    Não é, não pode ser.
    Que as pessoas discutam o assunto.
    Que alguém acorde.
    Que o mundo mude.
    Que eu me acalme.
    Que o amor sobreviva.
    'Cuide bem do seu amor, seja ele quem for'.

    Herbert Vianna (Cantor e Compositor)

    quarta-feira, 11 de maio de 2011

    Assumindo por inteiro a própria vida...



    “É grande erro ficarmos na dependência do mundo, esperando que ele resolva nossos problemas, console-nos na hora do fracasso e trate nossas feridas.
    É um grande equívoco permitirmos que os outros determinem nosso valor e pior: que a opinião alheia fragilize a confiança que depositamos em nós. Nossa liberdade neste mundo começa no dia que resolvemos assumir nossa própria vida por inteiro, sem atribuir a ninguém a responsabilidade por nossas derrotas. Porque, na verdade, ninguém tem a obrigação de construir ou facilitar nossos caminhos, erguer as paredes de nossa casa ou torcer por nossa vitória.
    Quando decidimos depender somente de nós, acrescentamos à nossa capacidade poderes ocultos…
    Quem assume por inteiro a própria vida, suprime a obrigação de se curvar, de se humilhar, de mendigar. Quem depende apenas de si não precisa fazer concessões, pois quem não espera nada não pode temer a perda de coisa alguma.
    Quem assume por inteiro a própria vida pode ser, a qualquer hora e em qualquer lugar, apenas o que é.
    Assumir a própria vida é um ato de coragem, pois implica ser responsável pelo que de bom ou ruim que há de acontecer.
    Por outro lado, como impagável recompensa, permite-nos dizer o que pensamos a quem quer que seja sem ter que baixar a cabeça diante de ninguém.”

    Autor desconhecido

    terça-feira, 10 de maio de 2011

    30 Regras para o Bem Viver



    1 – Dê mais as pessoas do que elas esperam e faça isso com alegria.

    2 – Não acredite em tudo que você ouve, não gaste tudo que você tem, nem durma tanto quanto você queria.

    3 – Quando disser "eu te amo" seja verdadeiro.

    4 – Quando disser "sinto muito", olhe para a pessoa nos olhos.

    5 – Nunca ria dos sonhos de outra pessoa.

    6 – Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.

    7 – Não julgue as pessoas pelos seus parentes.

    8 – Fale devagar, mas pense com rapidez.

    9 – Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Por que você que saber?".

    10 – Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.

    11 – Quando você perder, não perca a lição.

    12 – Lembre-se dos três "R": Respeito por si próprio, Respeito pelos outros, Responsabilidade pelas sua ações.

    13 – Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.

    14 – Sorria ao atender o telefone. A pessoa que estiver ligando ouvirá isso em sua voz.

    15 – Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.

    16 – Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.

    17 – Leia mais livros e assista menos TV.

    18 – Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.

    19 – Confie em Deus, mas tranque seu carro e as portas de casa.

    20 – Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo o que puder para criar um lar tranqüilo e com harmonia.

    21 – Em desentendimento com entes queridos, enfoque sua situação atual. Não fale do passado.

    22 – Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.

    23 – Seja gentil com o Planeta.

    24 – Reze. Há um poder imensurável nisso.

    25 – Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros enquanto você for vivo. Essa é a melhor satisfação para a riqueza.

    26 – Lembre-se que não conseguir algo que se deseja, às vezes é um golpe de sorte.

    27 – Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele onde o amor de um pelo outro é maior que a necessidade de um pelo outro.

    28 – Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para alcançá-lo.

    29 – Lembre-se que seu caráter é seu destino.

    30 – Ame muito, perdoe sempre. Essa é a receita da felicidade.


    Autor desconhecido

    Mulheres



    "Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

    Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
    Alguém duvida de que ele exista?

    E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

    E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

    E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
    O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
    "Leve um sapato extra na mala, querido.
    Vai que você pisa numa poça..."
    Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

    O sexto-sentido não faz sentido!

    É a comunicação direta com Deus!
    Assim é muito fácil...
    As mulheres são mães!

    E preparam, literalmente, gente dentro de si.
    Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

    E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
    Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

    Tudo isso é meio mágico...
    Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

    As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

    Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

    É choro feminino. É choro de mulher...

    Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

    Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
    Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
    E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
    Quantos tipos de olhar existem?

    Elas conhecem todos...

    Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
    E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

    EN-FEI-TI-ÇAM !

    E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
    Para estudar os homens, é claro!
    Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

    Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
    Quer evidência maior do que essa?
    Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
    E com as mulheres também é assim.

    O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
    É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
    E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
    Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
    Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
    Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
    É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
    E levitam.
    Algumas até voam.
    Mas os homens não sabem disso.
    E nem poderiam.
    Porque são tomados por um encantamento
    que os faz dormir nessa hora."


    Luís Fernando Veríssimo

    domingo, 8 de maio de 2011

    Antes de ser mãe...

    Antes de ser mãe eu fazia e comia os alimentos quentes.
    Eu não tinha roupas manchadas.
    Eu tinha calmas conversas ao telefone.

    Antes de ser mãe eu dormia o quanto eu queria e nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
    Eu não esquecia de escovar os dentes e os cabelos.

    Antes de ser mãe eu limpava minha casa todo dia.
    Eu não tropeçava em brinquedos nem pensava em canções de ninar.

    Antes de ser mãe eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não.
    Imunizações e vacinas eram coisas em que eu não pensava.

    Antes de ser mãe ninguém vomitou e nem fez xixi em mim,
    nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.

    Antes de ser mãe eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos.
    ... eu dormia a noite toda...

    Antes de ser mãe eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer teste e aplicar injeções.
    Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
    Eu nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.
    Eu nunca fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.

    Antes de ser mãe eu nunca segurei uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela.
    Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não puder estancar uma dor.
    Eu nunca imaginei que uma coisa tão pequenina pudesse mudar tanto minha vida.
    Eu não imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
    Eu não sabia que eu adoraria ser mãe.

    Antes de ser mãe eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo.
    Eu não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.
    Eu não imaginava que alguém tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante.

    (autor desconhecido)

    sábado, 7 de maio de 2011

    A dor que dói mais...


    “Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade.
    Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
    Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
    Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o McDonald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.
    Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...”

    (Miguel Falabella)

    Rifa-se um coração quase novo

     


    “Rifa-se um coração quase novo.
    Um coração idealista.
    Um coração como poucos.
    Um coração à moda antiga.
    Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.

    Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
    Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
    Um leviano e precipitado, coração que acha que Tim Maia estava certo
    quando escreveu: “não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...”.
    Um idealista...
    Um verdadeiro sonhador...

    Rifa-se um coração que nunca aprende.
    Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
    Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar.
    Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

    Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
    Esse coração que erra, briga, se expõe.
    Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
    Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
    Este coração tantas vezes incompreendido.
    Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.

    Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
    Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
    Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.

    Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
    Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: “O Senhor pode conferir, eu fiz tudo certo,
    só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer.”

    Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo.
    Um órgão mais fiel ao seu usuário.
    Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
    Um coração que não seja tão inconseqüente.
    Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado.
    Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.

    Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
    Um simples coração humano.
    Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
    Um modelo cheio de defeitos que mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.

    Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta.”

    (Clarice Lispector)

    Eu quero ficar...


    “Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar.
    Às vezes é preciso esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as idéias, dizer tudo o que se tem a dizer, não ter medo de dizer ‘não’.
    Às vezes é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que mais se quer dizer, arrumar a cabeca, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um deus qualquer que nos dê forca e serenidade.
    Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte. É preciso aprender que tudo tem o seu tempo e que esse tempo tem sempre um fim.
    Às vezes mais vale desistir que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar.
    Às vezes é preciso mudar o que não tem solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero e bater com a porta, apanhar o último comboio sem olhar para trás, esquecer a voz, o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo.
    Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não pedir nem dar, sair pela porta da frente sem a fechar, e partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar...”

    Por:

    Estamos com fome de amor


    Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

    Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

    Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

    Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

    Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

    Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

    Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

    Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

    Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

    Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

    Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

    Antes idiota que infeliz!

    Arnaldo Jabor

    sexta-feira, 6 de maio de 2011

    Relacionamentos



    Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

    Detesto quando escuto aquela conversa:
    - Ah, terminei o namoro...
    - Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
    - Cinco anos.... que pena... acabou...
    - é... não deu certo...

    Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

    Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
    Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
    E não temos essa coisa completa.

    Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
    Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
    Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
    Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
    Tudo junto, não vamos encontrar.

    Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
    Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.

    E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
    Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

    Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.

    Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.

    Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
    O ser humano não é absoluto.

    Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
    Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

    O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.

    Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

    Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

    Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.

    E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.

    Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

    Na vida e no amor, não temos garantias.
    Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
    E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

    Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????


    Arnaldo Jabor

    quinta-feira, 5 de maio de 2011

    E viva a Felicidade!!!



    Tenho pensado muito sobre a Felicidade... Quando se chega a uma certa altura da vida, mais ou menos quarenta anos, sente-se uma curiosidade imensa em dar uma olhada para trás e perceber o que foi feito, o que conseguiu de bom (ou de ruim) para a sua vida. E, por incrível que pareça, você enxerga bem mais coisas que deixou de fazer, do que as que realmente fez e se orgulha disso.

    Já teve muitas experiências de trabalho, certos amores, tem uma família formada, alguns amigos e muitas opiniões a respeito de tudo. Certamente, preocupa-se muito mais com a felicidade aparente, visível aos outros, do que aquela sensação de plenitude interior. Os outros é que são importantes; podem comentar sobre a sua falta de ânimo, sobre o seu descuido com a aparência, nada mais justo que agradar os olhos alheios, afinal, ninguém quer ser lembrado com comiseração, não é mesmo?

    Preocupamo-nos tanto que, ao final de cada ano, estamos mais pesados: pesos a mais na casa pelos móveis que foram trocados, peso na conta do banco por termos trabalhado tanto, peso nos ombros pelas dívidas que geramos, peso nos olhos pelas rugas que aparecem de repente... Não paramos para pensar que felicidade é um sentimento que vem de dentro para fora; nada pode preencher essa emoção: nem o alinho da casa, nem o carro novo, nem o visual bem cuidado, nem o dinheiro que conseguimos economizar.

    Felicidade é aquela sensação gostosa que se sente lá de vez em quando ao acordar sorrindo pela manhã com cara de primavera, com o coração descompassado, os braços agitados pelo prazer de se sentir vivo, transparecendo aos outros que você é especial. Felicidade é ter vontade de viver intensamente todos os momentos, todas as situações, do começo ao fim.

    No transcorrer do tempo, a felicidade é vista de diferentes maneiras. Quando jovens, somos inconsequentes, leves, despretensiosos e buscamos pela satisfação do corpo e da alma, sem grandes expectativas, que venha o que vier. Já, na maturidade, começamos a idealizar essa sensação: queremos que ela seja perfeita, permanente, sem intempéries e dias ruins. Queremos um sonho planejado, moldado, esculpido à nossa maneira.

    Mas as coisas nem sempre saem como o esperado e acabamos por desistir de lutar por essa sensação: acomodamo-nos, então, no nosso cantinho florido, bem arrumado, com o sofá recém-trocado e as almofadas de linho que cheiram bem. Recostamos os tênis e o agasalho, preferimos a sala de estar à sala de cinema, e, como que para evidenciar a intransigência do tempo, acabamos trocando os óculos escuros com o qual passeávamos em dias de sol, pelos óculos de grau para termos, pelo menos, uma boa leitura.

    A essência da felicidade está em nós mesmos, na consequência do que fazemos e não na causa. Precisamos encontrar o caminho, mesmo que os ventos soprem contrários, descobrir a melodia, entrar no compasso e aproveitar todos os seus momentos como se fossem os últimos. Para isso, é preciso perspicácia para perceber onde ela está escondida e não perdê-la mais de vista, pois ela pode gostar de brincar de esconde-esconde.
    Por: Afrodite para maiores