quinta-feira, 5 de maio de 2011

E viva a Felicidade!!!



Tenho pensado muito sobre a Felicidade... Quando se chega a uma certa altura da vida, mais ou menos quarenta anos, sente-se uma curiosidade imensa em dar uma olhada para trás e perceber o que foi feito, o que conseguiu de bom (ou de ruim) para a sua vida. E, por incrível que pareça, você enxerga bem mais coisas que deixou de fazer, do que as que realmente fez e se orgulha disso.

Já teve muitas experiências de trabalho, certos amores, tem uma família formada, alguns amigos e muitas opiniões a respeito de tudo. Certamente, preocupa-se muito mais com a felicidade aparente, visível aos outros, do que aquela sensação de plenitude interior. Os outros é que são importantes; podem comentar sobre a sua falta de ânimo, sobre o seu descuido com a aparência, nada mais justo que agradar os olhos alheios, afinal, ninguém quer ser lembrado com comiseração, não é mesmo?

Preocupamo-nos tanto que, ao final de cada ano, estamos mais pesados: pesos a mais na casa pelos móveis que foram trocados, peso na conta do banco por termos trabalhado tanto, peso nos ombros pelas dívidas que geramos, peso nos olhos pelas rugas que aparecem de repente... Não paramos para pensar que felicidade é um sentimento que vem de dentro para fora; nada pode preencher essa emoção: nem o alinho da casa, nem o carro novo, nem o visual bem cuidado, nem o dinheiro que conseguimos economizar.

Felicidade é aquela sensação gostosa que se sente lá de vez em quando ao acordar sorrindo pela manhã com cara de primavera, com o coração descompassado, os braços agitados pelo prazer de se sentir vivo, transparecendo aos outros que você é especial. Felicidade é ter vontade de viver intensamente todos os momentos, todas as situações, do começo ao fim.

No transcorrer do tempo, a felicidade é vista de diferentes maneiras. Quando jovens, somos inconsequentes, leves, despretensiosos e buscamos pela satisfação do corpo e da alma, sem grandes expectativas, que venha o que vier. Já, na maturidade, começamos a idealizar essa sensação: queremos que ela seja perfeita, permanente, sem intempéries e dias ruins. Queremos um sonho planejado, moldado, esculpido à nossa maneira.

Mas as coisas nem sempre saem como o esperado e acabamos por desistir de lutar por essa sensação: acomodamo-nos, então, no nosso cantinho florido, bem arrumado, com o sofá recém-trocado e as almofadas de linho que cheiram bem. Recostamos os tênis e o agasalho, preferimos a sala de estar à sala de cinema, e, como que para evidenciar a intransigência do tempo, acabamos trocando os óculos escuros com o qual passeávamos em dias de sol, pelos óculos de grau para termos, pelo menos, uma boa leitura.

A essência da felicidade está em nós mesmos, na consequência do que fazemos e não na causa. Precisamos encontrar o caminho, mesmo que os ventos soprem contrários, descobrir a melodia, entrar no compasso e aproveitar todos os seus momentos como se fossem os últimos. Para isso, é preciso perspicácia para perceber onde ela está escondida e não perdê-la mais de vista, pois ela pode gostar de brincar de esconde-esconde.
Por: Afrodite para maiores

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